14 dezembro 2015

Lourenço e a escrita. ( memória nº 123 )


Memória nº 123.
Lançamento de livros.

 

Lourenço nunca disfarçou sobre sua pretensão de se tornar escritor, a ponto de pretender em sua adolescência seguir a carreira jornalística. Chegou a procurar emprego de foca na Folha de São Paulo, mas não logrou êxito. Isso porque já tinha àquela época elevado interesse em escrever.
 
 
 
Iniciou sua vida profissional exercendo cargo de escrevente de notas e como tal, na Comarca de São Paulo elaborou pesquisa profunda e atualizou um quadro das circunscrições imobiliárias da Comarca da Capital desde o início do século XIX, apontando na região os cartórios competentes e seus desmembramentos.

 
 

Trabalho exaustivo e completo foi publicado de modo independente em 1972.

Também foram inúmeros os trabalhos levados à jornal e outras plataformas midiáticas. Ao tempo que o jornal O Estado de São Paulo tinha um espaço denominado Tribunais, chegou a publicar uns sete ou oito artigos ocupando página inteira do mais austero e tradicional jornal paulista. Essa página era aberta a autores selecionados e suas publicações se davam às quartas feiras e aos domingos e eram bem concorridos. A esse tempo Lourenço tinha seus trinta anos de vida e iniciara sua advocacia há pouco mais de 5 anos se tanto.

Recorda-se que certa vez escreveu um texto sobre a produção antecipada de prova ou algo semelhante e foi publicado numa quarta feira. O artigo foi lido por um fazendeiro paulista, que tinha uma demanda com o vizinho na cidade de Cáceres, alguns quilômetros ao norte de Cuiabá.
 
 
Interessado pelo texto conseguiu localizar o autor e na quinta feira telefonou para Lourenço e marcaram uma reunião para o sábado imediato. Nessa época recorda-se que era secretário da 83ª. Subsecção da OAB-SP com sede em Itanhaém onde residia e isso facilitou o encontro do fazendeiro e o autor, pois o jornal não indicava o endereço. Sábado reuniram-se e Lourenço foi contratado para elaborar parecer e orientar os advogados que atuavam na comarca do conflito em nome do fazendeiro.



Como articulista àquela época colaborou com inúmeros jornais, recordando-se de a Hora de Lucélia, a Hora de Adamantina, ambos da mesma empresa; também foi colaborador do Correio do Vale, de Registro e da Tribuna do Ribeira também da mesma cidade. Em Iguape foi articulista em O Iguape e no Jornal de Iguape por longo tempo e também Folha de Cananéia.

O primeiro livro que editou foi “ Curso de Direito Judiciário” pela Editora Forense do Rio de Janeiro. Um texto inédito abordando a organização judiciária das diversas Justiças do país. Foi prefaciado pelo então desembargador  Cezar Peluzzo, que anos mais tarde viria a ser nomeado Ministro do Supremo Tribunal de Justiça, atualmente aposentado. 

Na mesma época editou Direito Notarial Brasileiro.Dessa vez o livro que foi elaborado em 30 dias foi publicado pela Leud, de São Paulo. A seguir, também pela Leud publicou Summa da Posse, direito, ação e legislação em dois volumes.

Anos depois publicou também pela Leud, Direito das Coisas. Mais experiente decidiu fazer o lançamento patrocinando coquetel em livraria. Foi grande sucesso a noite de autógrafos numa das livrarias de Joinville, cidade onde lecionava, com o evento organizado pela própria Faculdade que bancou as despesas.



 Um mês após lançou o livro em São Paulo. Na ocasião aproveitou para convidar seus amigos e pessoas de suas relações profissionais que não mantinha contato há muito tempo. Bom lembrar que Lourenço residia em Joinville e estava fora de seu domicilio natural desde 1981.

Nesse evento trouxe para o coquetel amigos da faculdade, de infância, de adolescência, clientes de velhos tempos de quando morava em Itanhaém e São Paulo, amigos de Cananéia, de Itanhaém, Santos e Peruíbe. Chamou e estiveram presentes velhos professores dos tempos de Arquidiocesano e São Bento... amigos do cartório, amigos de seu pai e familiares. Foi um sucesso inesquecível. Uma oportunidade para reunir pessoas que de seu convívio estavam perdidas pelos contornos da vida. Lourenço se sentiu e realmente foi muito prestigiado pelos que ali estiveram.

Já residindo em Florianópolis, em 2009 lançou em Joinville Terrenos de Marinha e seus acrescidos, escrito em parceria da jovem advogada Lia Mello. Essa obra teve outros lançamentos em diversas ocasiões. Nas palestras realizadas em lugares que tem sido chamado para abordar o assunto, entre outros, Angra dos Reis, Ilha Grande, Paraty, Florianópolis, Itapema e tantos outros municípios da costa brasileira têm lançado o livro.  

Em São Luis do Maranhão ministrando o tema para os corretores de imóveis, teve oportunidade de prestar uma singela homenagem a um dos maiores jogadores de futebol da história, dedicando o evento a Canhoteiro, ponta esquerda do São Paulo Futebol Clube e da seleção brasileira, nascido naquela ilha. 

Recentemente lançou uma obra coletiva elaborada pela Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos da OAB-Sc. Oportunamente relata esse evento.

 

Roberto J. Pugliese
autor de Direito das Coisas, 2005, Leud.
Titular da Cadeira nº 35 da Academia São José de Letras.

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