01 setembro 2013

Pavimentação do acesso à Paraty em obras.


CUNHA X PARATy:  Asfalto sai do papel.

 

A cidade histórica de Paraty, no extremo litoral sul do Rio de Janeiro, se manteve isolada durante longos e longos anos.

 

Não havia estrada que ligasse o município ao restante do Rio de Janeiro. Apenas uma precária estrada mal conservada, que no passado fora a ligação rodoviária entre as minas de ouro de Minas Gerais e seu porto, via Cunha, no Estado de São Paulo.

 

O tempo passou e ouro e outros metais acabaram e o isolamento permaneceu. Permaneceu deixando Paraty alheio ao mundo. Sò por mar era possível chegar regularmente à cidade ou então, por Cunha, a Estancia Turísitca paulista.

 

Nos anos sessenta, do século passado, houve até um movimento local pleiteando a anexação do município ao Estado de São Paulo, dada as condições de isolamento.

 

No entanto, tudo tem dois lados. Paraty isolado do mundo, com sua economia estagnada, conservou suas feições. A arquitetura colonial permaneceu intocável e com isso, se tornou um museo ao ar livre.

 

Nos anos setenta, com a inauguração da rodovia federal, que do Rio de Janeiro segue a Santos, passando por Paraty, a cidade foi descoberta.

 

Os paulistas quer do litoral, da capital, do ABC, do Vale do Paraíba chegaram com facilidade a Paraty e passaram a freqüentar a cidade que estava intocada. Os cariocas e os mineiros idem. E o tempo passou e o município, com tantas praias, ilhas e beleza incontável, passou a ser freqüentado por gente do mundo inteiro.

 

A rodovia BR 101 foi o elo rodoviário principal de laço entre Paraty e o mundo. Mas a antiga estrada do Ouro, ou seja, a rodovia Paraty – Cunha, com um trecho de 8 km. de serra, no lado fluminense permaneceu precário e quase intransitável.

 

No trecho paulista, entre a via Dutra e a cidade de Cunha, o asfalto chegou há décadas. E de Cunha em diante, a rodovia Paulo Virgínio, o paulista que empresta seu nome à estrada paulista, herói revolucionário de 1932, até a divisa, também foi asfaltado há muitos anos.

 

Restou o trecho fluminense de serra, que atravessa o Parque Nacional da Serra da Bocaina e que não tinha pavimentação. Os órgãos ambientais proibiam a pavimentação asfáltica.

 

Agora, o governo do Rio de Janeiro solucionou o problema e conseguiu autorização para pavimentar a serra com bloquetes.

 

Foram iniciadas pelo Departamento de  Estrada de Rodagem (DER), as intervenções de drenagem e terraplanagem de trecho de 9,4 km. De acordo com o DER, cerca de 130 operários estão sendo empregados nas frentes de obras. Até o momento, foram executados 75% da drenagem e 30% da terraplanagem nos quatro quilômetros iniciais.

Enfim, depois de séculos, o Vale do Paraíba terá ligação direta com o litoral sul do Rio de Janeiro, através de estrada pavimentada.

O Expresso Vida parabeniza a iniciativa e sugere que, assim como o IBAMA autorizou bloquetes para viabilizar a rodovia, poderia agir da mesma forma no litoral do Paraná e paulista, unindo Cananéia à Guaraqueçaba, o último trecho rodoviário da BR 101 não concluído.

Vai a sugestão.

 
 
 
Roberto J. Pugliese
presidente da Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos –OAB-Sc


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