15 dezembro 2012

Federalizar o Marajó - Redividir o Pará é necessário.

Território Federal de Marajó.

A conhecida ilha do Marajó, na foz do rio Amazonas, trata-se de um imenso território abandonado e esquecido pelas autoridades federais e estaduais competentes. Os atuais dezesseis municípios, lamentavelmente, através de seus vereadores e prefeitos, se viram como podem, para que o povo tenha um mínimo de dignidade.

O Marajó e as demais ilhas e ilhotas que constituem o arquipélago tem a área somada de aproximadamente 105 mil quilômetros quadrados. Um território superior ao Estado de Alagoas, de Sergipe e Santa Catarina apenas para fazer com que o leitor se situe com a comparação. São quase 450 mil habitantes espalhados por municípios pobres, isolados e sem assistência mínima do Estado.

O Reverendíssimo Bispo Diocesano do Marajó, Dom José Luiz Azcona já defendeu publicamente a federalização do arquipélago, como sendo a saída para minorar o sofrimento da população.

“O povo do Marajó já se cansou da indiferença, do desprezo e do abandono a que tem sido relegado há séculos. Se não houver uma mudança drástica, o movimento pela federalização do arquipélago se tornará incontrolável”, afirmou em certa ocasião o presidente da Amam, a Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó, Pedro Barbosa (PMDB), que também é prefeito de Portel. O mesmo prefeito acrescentou que sabe que a maioria esmagadora da população é favorável ao desmembramento do arquipélago.

A maioria da população apóia a idéia de criação do Territorio Federal e quer se separar do Pará. Entre outras razões, a miséria é muito grande a ponto de seis dos mais miseráveis municípios brasileiros estarem situados na ilha.

Refrescando a memória, vale lembrar que em 2002 o deputado federal Benedito Dias, do Amapá, propôs a realização de plebiscito para decidir sobre a federalização do arquipélago. A realidade no entanto é que a proposta está paralisada e ainda não saiu das gavetas com destino às Comissões Tecnicas. A situação de penúria da miserável população no entanto, aguarda anciosa a decisão, pois sabe que só a federalização poderá minorar o sofrimento.

No Marajó falta tudo. Não há mínima segurança ao patrimônio da sua população e de investidores, sendo gritante o avanço dos contínuos roubos de gado; não há investimento no ensino minimamente desejável. A saúde é precária. A Justiça, mesmo com sedes de Comarcas, não se revela eficaz...

Importante salientar que muitas regiões do arquipélago estão constantemente isoladas e o acesso só se completa por barcos, com preços exorbitantes e morosidade que inibe a exploração econômica desse território.

Muitos municípios, bairros e vilas não dispõe de comunicação terrestre os interligando, de forma que isolados, dependem sempre de embarcações oficiais oriundas de trajetos que se iniciam em Belem, numa rota absurda e inteligível...

Enfim, o Movimento Marajó Forte, em razão de tantas e tantas mazelas do povo marajoara está cada vez mais forte e não para de arquitetar, com apoio da população, de saídas para minorar o subdesenvolvimento de toda a região.

Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.br
Autor de Terrenos de Marinha e seus Acrescidos, Letras Jurídicas.

( Fonte – Movimento Marajó Forte )

 

 

 

 


 

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